quarta-feira, 29 de setembro de 2010
meu amor de toda a vida
Não me peça a lua
Nem a eternidade
Só te posso dar
Esta vida, esta vontade
És meu amor de toda a vida
Água cristalina correndo pouco a pouco
Saciando meu desejo
Afogando o meu corpo
Em teus seios
Me descuro
Me enrosco
Me descubro
Nesse relevo
Imponente
Em teu corpo
Comovente
Nada me peça
Que tudo é já teu
Meu amor de toda vida
Mais que um corpo, és meu céu
Em teu útero
Vive o prazer
De me matar
Só pra viver
Um dia mais
Do teu sabor
Da tua pele
Do teu calor
És meu amor de toda a vida
Minha cama desmanchada
Minha flor mais querida
Minha fera mais canalha
Não me peça a lua
Nem a eternidade
Só te posso dar, a minha vida…
…Minha vontade... (de ti)…
teu, R.BLAINE
terça-feira, 28 de setembro de 2010
My Brightest Diamond - Inside a Boy
William Shakespeare
"O amor é a única loucura de um sábio e a única sabedoria de um tolo."
Será que me salvas
Destas horas sombrias
Destas más memórias
Dos meus dias
E as tuas asas suportarão
O peso do meu passado
O meu presente negro
O meu futuro manchado
Será que me salvas
E morres comigo
Neste último desejo
Neste beijo onírico
Será que vais ficar
Do lado errado da lua
Enquanto a noite escura
Me devora
Será que me salvas
Deste mundo lá fora?
teu, R. BLAINE
domingo, 26 de setembro de 2010
3Xtu
Se te amar for um momento
De vera saudade
Que seja assim como o vento
Para toda a eternidade
Mas se ela for menor
Se ela não nos bastar
Que seja só o momento
Desse amor em nosso olhar…
*
Fica comigo
Entre o sonho e o vício
De nos tocarmos
Entre a vontade
E saudade
De nos amarmos
Fica comigo
Que eu necessito
Você aqui
Hoje preciso
Do seu abrigo
De estar em ti
Junta agora
Nessa hora
O que o mar separa
Me dá teu corpo
A tua esperança
A tua alma
Me dá certeza
Dessa beleza
Que há em ti
Estou-te esperando
Estou-te amando
Mais do que a mim
Fica comigo
Entre o céu e o vício
E a noite serena
Eu te preciso
E aqui te dispo
Neste poema
*
Sangue fervendo
Corpos gemendo
Almas suando
Bocas querendo
Olhos sorvendo
O nosso pranto
A nossa fome
A nossa gula
A nossa sede
Mar de loucura
E nada fica
Nada nos sobra
Nada segura
A nossa hora
Como te amo
E tu me amas
Como te busco
Como me chamas
E nossos nomes
São beijos mais
Que eu te dou
Que tu me dás
Ficar depois
Na cama os dois
Olhando o mar, sonhado
Que nem dois sóis
Que nunca sós
Ficam assim se iluminando
teu, R. BLAINE
sexta-feira, 24 de setembro de 2010
beijo
Doce a hora de me dar
De me ter no teu olhar
De me perder em teu ventre
De beber desse mar
Dessa sede de te amar
Que todo meu corpo sente
Doce tua boca de me beijar
De me sorver a cada esgar
Teus lábios quentes, sofridos
Dessa chuva de tomar
Tua língua o paladar
De meus mais doces delírios
Quero tuas mãos em mim
Teu corpo no fim
Tua alma depois
Quero sentir-te assim
Bem dentro de mim
Dentro de nós dois…
teu R. BLAINE
quarta-feira, 22 de setembro de 2010
meu anjo
És linda
Diga o que disser o tempo
Tudo em ti é belo
Tens um jeito de anjo
Que vem no vento
Sem ti sou um mero mortal
Neste mundo feio
Sem o teu olhar que sou?
Apenas mais um defeito
És linda
És a luz que me segue
Tudo em ti é belo
Tens um jeito de anjo
Que me aquece
És linda
Diga o que disser o tempo
És minha musa
Meu anjo
Que vem no vento…
teu R. BLAINE
segunda-feira, 20 de setembro de 2010
me ama

Me amarra, me solta em ti
Me deixa ir
Ou vir, como queira
Faça do meu jeito
Da sua maneira
Me degela
Me joga da janela
Ou na tua cama
Me alimenta
Me ama
Me condena
Me chama, me grita, me sussurra
Deixa minha alma suja
Com teu desejo
Me adora
Me acarinha, me besunta, me adoça
Com teu mel
Deixa teu suor colar na minha pele
Percorre cada pedaço
Do meu corpo
Me deixa louco
Me deixa baço
Me tortura com teus lábios
Me segura em teus braços
E me afaga
Me cobre de nata, de jasmim
Me devora nessa hora
Me sacode, me acorde
Me mata
Me guarda no fim...
teu R. BLAINE
quinta-feira, 16 de setembro de 2010
musa

é tão compensador emocionalmente vestir uma mulher quanto despi-la
Hoje desnudei-te com o meu olhar
E com este poema que lancei ao mar
Sob todas as estrelas deste firmamento
Acendi o meu velho cigarro negro
Por entre os dedos e o medo
De seres miragem no vento
Tua carne sã, teu seio teso, teu doce ventre
Nessas curvas de musa ardente
Onde todo o orgasmo é pouco
Onde tudo o que sou fica pendente
De tantos desejos da mente
Como da carne de um louco
Hoje desnudei-te para toda vida
Quero-te no altar despida
Na mais perfeita beleza
Quero-te em mim perdida
E não por aí à deriva
Da minha tristeza
Meu cigarro negro que se apaga
Enquanto a minha boca teu beijo traga
Enquanto minhas mãos te percorrem
E meu corpo em ti se enlaça
Neste poema que traça
Meus sentidos que jamais dormem
...No fim meu amor
E só no fim…
…vesti-me de ti…
Teu R. BLAINE
sábado, 11 de setembro de 2010
na tua metade de lua
Pressinto que te conheço mesmo antes da formação de todas as outras estrelas. A própria lua que habitamos era apenas um projecto mal conseguido do tempo até lhe darmos forma.
Hoje deixei a minha metade de lua
Para poisar na tua
Sentia aquela saudade
Que só os lunáticos sentem
E que em verdade
Não escondem, não mentem…
Dormias quando cheguei, naquele teu sono branco sem as sombras do passado a pairarem sobre ti. Todo o teu corpo era paz e luz.
Fiquei breves séculos a contemplar-te, a amar-te em pensamento. E como por magia o teu corpo respondia com breves pasmos.
Amai-te completa. E tu, no teu profundo sono, sabes, que te entregaste desprovida de culpa.
Deitei-me depois a teu lado cobrindo-te com um pouco de céu e abracei-te. Lembras-te? Quando acordaste amanheceste no meu peito e sorriste, como quem sente ainda na boca o sabor dos amantes.
Teu olhar lunar
Cabisbaixo tumular
Sobre a cruz da minha sina
Enquanto me ouvias pedir
A tua mão, a tua alma
E tu, sempre a sorrir
Não mais me deixaste partir
Da tua vida
Somos só nós, a lua e um universo que não nos pode tocar.
Aqui seremos justos e justiceiros, seremos apenas nós verdadeiros, sem malícia sem pudor…
Hoje como sempre me despeço com amor…
Teu, R. BLAINE