sábado, 11 de setembro de 2010

na tua metade de lua



Pressinto que te conheço mesmo antes da formação de todas as outras estrelas. A própria lua que habitamos era apenas um projecto mal conseguido do tempo até lhe darmos forma.

Hoje deixei a minha metade de lua
Para poisar na tua
Sentia aquela saudade
Que só os lunáticos sentem
E que em verdade
Não escondem, não mentem…

Dormias quando cheguei, naquele teu sono branco sem as sombras do passado a pairarem sobre ti. Todo o teu corpo era paz e luz.
Fiquei breves séculos a contemplar-te, a amar-te em pensamento. E como por magia o teu corpo respondia com breves pasmos.
Amai-te completa. E tu, no teu profundo sono, sabes, que te entregaste desprovida de culpa.

Deitei-me depois a teu lado cobrindo-te com um pouco de céu e abracei-te. Lembras-te? Quando acordaste amanheceste no meu peito e sorriste, como quem sente ainda na boca o sabor dos amantes.

Teu olhar lunar
Cabisbaixo tumular
Sobre a cruz da minha sina
Enquanto me ouvias pedir
A tua mão, a tua alma
E tu, sempre a sorrir
Não mais me deixaste partir
Da tua vida


Somos só nós, a lua e um universo que não nos pode tocar.
Aqui seremos justos e justiceiros, seremos apenas nós verdadeiros, sem malícia sem pudor…

Hoje como sempre me despeço com amor…


Teu, R. BLAINE

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